Sendo a wikipédia, Karma ou carma (do sânscrito कर्म, transl karma; em páli: kamma) significa em sânscrito uma ação, obra ou feito, e seu efeito ou consequências. Nós humanos somos de época em época acometidos ao grande impacto de um vírus ou infeção de qualquer que seja. Algumas religiões atribuem isso ao pecado humano. Nós sabemos que nem sempre somos merecedores de sofrimento ou estar em constante aspecto de medo. Deixando a sacralidade um pouco de lado e adentrando na ciência, vamos unindo conhecimento milenar com o que veio após o início da Covid-19. Tudo que sabemos é que nosso sistema imunológico reage de alguma forma a determinado novo tipo de hospedeiro, isso mesmo, o vírus vira hospede. Começa a morar no corpo humano, sequencialmente causa danos e dependemos diretamente de três exércitos chamados basicamente de eucócitos, macrófagos e linfócitos. A tragédia causada pelo vírus em questão foi gigante, perdemos familiares, amigos e de volta em meia aparece um novo pânico do que se relaciona ao vírus. Em uma matéria da revista Veja publicada no dia 20 de dezembro de 2022 diz: "A nova onda de Covid-19 na China começa a preocupar o mundo." Sendo assim e não somente por isso, vejo a necessidade de que possamos adentrar mais sobre o assunto, destacando: Desnutrição, complicações no trato gastro intestinal, déficit cognitivo, ansiedade e marcadores bioquímicos atrelado as complicações segundo relato de estudos recentemente publicados. Com objetivo de fortalecer este tão eficiente exército que temos em nosso organismo, para que possa junto com a vacina nos defender cada vez mais de infeções não somente do SARS-CoV-2, de outros também.
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, China. Em breve completaremos 3 anos e na biblioteca eletrônica científica Scielo, ao buscar o termo SARS-CoV-2, hoje 24 de dezembro/2022, temos um número total de 3076 artigos publicados. Os sintomas relatados no geral são inespecífico e até semelhantes a algumas infeções virais, destaca-se, febre, tosse, falta de ar, porém como já sabemos, isso pode chegar a sintomas mais graves. A maioria das mortes e complicações foram e são relatadas, mesmo que em um número menor, em idosos. Patologias de relação cardiovascular, hepática, renal e câncer tem direta relação com agravamento do estado de saúde da pessoa acometida pelo vírus. Entrando no âmbito do estilo de vida podemos correlacionar o tabagismo, obesidade e marcadores séricos, por exemplo Proteína C Reativa e Albumina como possíveis complicadores na defesa e recuperação após a infeção. Nos meus atendimentos em pacientes no geral, já faço uma avaliação rápida sobre o histórico alimentar e peso corporal, mas prefiro dar ênfase em anamnese e avaliações físicas que é onde é verificado com mais pontualidade desempenho cognitivo, possível depleção do tecido muscular e redução de força. Quando a sarcopenia é encontrada em pacientes no pós-covid é relatado que não houve estimulo em treinos de força antecipadamente. Nota-se uma "Corpo-adaptação" ao volume muscular deixado após os dias em que a pessoa ficou em baixo esforço físico, o qual já reduzido em pessoas sedentárias. Durante a infeção do vírus, o que acontece em relação a perda de massa muscular não é somente por conta da ausência da mobilidade convencional, mas também por fatores alimentares e neuronal. Nossos neurônios respondem de forma diferente quando estamos sendo atacados. No Laboratório de Neuroproteômica do IB-Unicamp, coordenado por Martins de Souza, foram realizados diversos experimentos com tecido cerebral de pessoas que morreram SARS-CoV-2 para saber o quanto as células do sistema nervoso foram afetadas. A resposta final foi: “Nessas células, observamos alterações em diversas vias bioquímicas, principalmente naquelas relacionadas ao metabolismo energético”.
Sendo assim, é de total interesse da nutrição, buscar, identificar e restaurar na medida do possível o estrago que esse vírus faz em nosso sistema metabólico. Um desfeche de qualquer infeção viral é potencializar o catabolismo, ou seja, destruição. Talvez, se nós potencializarmos nosso anabolismo, ou seja, construção, de forma prévia estaremos fortalecendo a nossa defesa. O que acontece é que muitas pessoas detém hábitos ruins e estão o tempo inteiro atacando seu próprio organismo, inclusive os públicos de riscos que não tem escolhas diante das patologias que estão acometidos, em grande maioria continuam sem dar prioridade a sua saúde, utilizando cada vez mais medicamentos. Obesidade e tabagismo dispensa comentários e falações, é uma escolha 95% dos casos. Comidas industrializadas, sedentarismo e estresse, reinam. Diante disso nada do que vou destacar aqui é útil valendo a informação que seu sistema imunológico inato, aquele que responde em primeira mão a qualquer infeção, para estar apto e forte, precisa de um estilo de vida saudável no mínimo 80% da sua rotina.
Na prevenção temos que estabilizar em primeira estância o nosso tecido corporal em uma média de menos de 25% de tecido adiposo e 75% de massa magra, deixando com que a sua formação contenha menos processos inflamatórios. Peter Ratcliffe, professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um dos premiados com o Nobel de Medicina em 2019, atualmente está fazendo um trabalho em conjunto, liderado pela equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde destacam previamente: "Há cada vez mais evidências de que o tecido adiposo desempenha um papel-chave no agravamento da Covid-19". Quanto maior as células de gordura (adipócitos), maior é a liberação de "ingredientes", direta ou indiretamente, elevam a produção e circulação de fatores relacionados com a inflamação. Mas não é apenas obesidade e a seguir vou destacar cinco pontos de atenção para saúde no quesito prevenção e estabilidade do nosso sistema imunológico:
Níveis séricos equilibrados de vitaminas e minerais, principalmente Vit. D, magnésio, fósforo e zinco. Em uma publicação nomeada: "Combating COVID-19 and Building Immune Resilience: A Potential Role for Magnesium Nutrition?" - O cientista TAYLOR Wallace, destaca que a utilização de magnésio é uma estratégia eficaz para influenciar a contração e a progressão da doença. Sendo assim, podemos entender que o seu papel fortificante do sistema imunológico também funciona em prevenção. Alguns estudos apontam a necessidade estável do fósforo para evitar a síndrome de realimentação (SR), que acontece principalmente após jejum prolongado em pacientes desnutridos ou após processos catabólicos graves.
Coagulação do sangue. Uma boa fluidez do sangue depende de níveis de colesterol e triglicerídeos controlados, assim como a quantidade de água que bebemos. Em relação ao COVID-19, muito se tem solicitado um exame sérico chamado D-Dímero para verificar se há produção de coágulo no sangue. As pesquisas tem mostrado grande relação do agravamento da condição do paciente com um ataque ao tecido endotélio. Esse realiza a manutenção da circulação sanguínea, regulação do tônus vascular, respostas inflamatórias e outros. Assim, os artigos relacionam a gravidade da COVID-19 em pacientes com grau de disfunção endotelial prévio, como os acometidos por obesidade, diabetes e hipertensos.
Fator atividade física. Um artigo publicado no Jornal Britânico de Medicina Esportiva, chamado Physical activity and risk of infection, severity and mortality of COVID destaca que: "Essas descobertas podem ajudar a orientar médicos e formuladores de políticas de saúde a fazer recomendações e desenvolvendo diretrizes com relação ao grau de condicionamento físico-atividade que pode ajudar a reduzir o risco de infecciosidade, hospitalização, gravidade e mortalidade do COVID-19, especialmente em pacientes de alto risco."
Consumo de glúten e lactose. Existe uma enzima ligada à formação de substâncias inflamatórias chamada COX-2 e alimentos antioxidantes bloqueiam a sua ação. Já alimentos que contém a dupla citada são danosos a saúde, principalmente se consumido de forma exagerada e sem nenhum tipo de balanceamento na dieta o saudável em primeiro lugar.
Microbioma. A mucosa intestinal fica exposta a antígenos que devem ser eliminados pela barreira imunológica, no qual é afetada por fatores como antibióticos, estilo de vida, sendo a dieta o fator que mais associa-se com a qualidade da microbiota intestinal. Ou seja, uma alimentação rica em açúcar, farinha e sal tende a desregular esse microbioma, alimentando as bactérias gram negativas e enfraquecendo o sistema imunológico.
Vale destacar que a vacinação é a forma mais eficaz e segura de se adquirir proteção contra o COVID-19 ou qualquer doença infecciosa. Mas em um contexto de saúde, qualidade de vida e longevidade é de grande importância que seus hábitos estejam de acordo com uma vida mais harmônica em relação ao seu corpo e mente. Existem mais recomendações que vou colocar em uma segunda edição deste conteúdo para não deixar muito extensivo.
NUTRICIONISTA
JAYME ASSUNÇÃO
CRN 11090
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